A defesa de André Sanchez protocolou nesta sexta-feira (17) um requerimento para que a Justiça rejeite a denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo contra o ex-presidente do Coríntios por apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário no âmbito das investigações sobre o uso de cartões corporativo do clube.
O documento é endereçado à 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa, Lavagem de Bens e requer ainda a negativa pela demanda do MP-SP, que pediu a expedição de mandado de busca e apreensão na residência de Andrés.
A alegação do promotor Cassio Roberto Conserino é de que a medida tem como finalidade de apreender “objetos achados ou obtidos por meios criminosos, bem como eventuais instrumentos de falsificação ou contrafação, instrumentos utilizados na prática do crime ou destinados a fim delituoso e objetos necessários à prova da infração”.
O requerimento levado à Justiça pelo advogado Fernando José da Costa questiona a condução da investigação por parte do Ministério Público e a naquela que classificou como “intensa espetacularização midiática, convertendo cada diligência em episódio público”.
A defesa de Andrés questiona ainda a atuação de Cassio Conserino à frente do caso.
Torcedor assumido do Corinthians, o promotor “possivelmente associado do SCCP, adotou desde o início a matriz retórica da ‘farra com o dinheiro dos associados’”.
No requerimento, o advogado avança que “não se trata apenas de identificação afetiva com o clube, mas de potencial condição de cointeressado/vítima na própria causa, o que rompe a impessoalidade exigida do órgão acusador e atrai a suspeição”.
Entre as alegações para a fundamentação, a defesa do ex-presidente aponta ainda que “a denúncia se apoia em prova obtida de forma ilícita— notadamente por estar instruída, em grande parte, com dados sigilosos (extratos bancários) obtidos mediante requisição direta do Ministério Público, sem a necessária submissão à reserva de jurisdição”.
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Promotor do MP explica denuncia contra Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, por lavagem de dinheiro
Cassio Conserino deu a declaração em entrevista coletiva nesta quarta-feira (15)
Em entrevista coletiva na última quarta-feira (15), o Ministério Público de São Paulo anunciou que denunciou Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, pelos crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário no âmbito das investigações sobre cartões de crédito corporativo do clube.
Roberto Gavioli, superintendente financeiro do Corinthians e que exerceu o cargo em gestões anteriores, também teve seu nome incluído na ação. Ele foi afastado pelo clube por tempo indeterminado.
Segundo cálculos do Ministério Público, os valores totais somam R$ 480 mil, com correções. O órgão solicitou ainda a ambos o pagamento de 75% do valor a título por danos morais ao clube.
quanto a ESPN informou, Andrés Sanchez levou ao Conselho Deliberativo do clube logo após a denúncia um requerimento para se licenciar por tempo indeterminado de suas funções políticas no Parque São Jorge.
