Um dos personagens na goleada do Palmeiras sobre o Juventude, por 4 a 1, neste sábado (11), no Allianz Parque, pelo Brasileirãoo atacante Bruno Rodrigues foi utilizado por Abel Ferreira para dar um recado aos torcedores.
Novidade entre os titulares, Bruno Rodrigues sofreu duas graves lesões nos joelhos desde que chegou ao Palmeirasem dezembro de 2023. Neste sábado (11), o atacante encerrou um jejum de quase dois anos sem balançar as redes e se emocionou na comemoração.
Na entrevista coletiva, Abel Ferreira não economizou elogios ao jogador de 28 anos, que fez apenas a sua quinta partida com a camisa do Palmeiras.
“O Bruno Rodrigues é tudo aquilo que eu acredito no futebol e na vida. Quando nos xingam, quando nos tratam mal, quando as coisas não estão como nós queremos, quando dizem que estamos em final de ciclo, quando dizem que já não prestamos… Quando partimos um joelho, quando partimos duas vezes o joelho, quando tem que ser operado pela terceira vez. Quando você está para ir ao Mundial, mas ouve que não pode ir porque tens que ser, novamente, intervencionado”, disse o treinador.
“Isso é tudo aquilo que eu acredito: trabalho, resistência e resiliência. Esse é o maior talento que alguém pode ter. Resiliência para, nos momentos difíceis, manter os pés no chão e não dar trunfos a ninguém. Ser fiel aos valores que ele acredita, que é tudo que eu acredito no futebol e na vida. Tudo o que ele passou é o que eu acredito. Não cheguei aqui por ser filho de país riscos. Subi ‘a pulso’ na minha carreira como jogador e como treinador. Cheguei a custa de muito trabalho e sacrifício. Ouvi coisas que não gostei, mas nunca duvidei do que sou capaz. Nem ele (Bruno Rodrigues). Por isso disse aqui… Eu gosto muito de jogar com vocês. Eu disse aqui que ele só ia jogar em janeiro. Eu falava para ele a mesma coisa. É para não criar ansiedade, nem expectativa. As coisas foram bem feitas, mas o mérito é todo dele”, elogiou Abel Ferreira.
A situação de Bruno Rodrigues, inclusive, foi utilizada pelo treinador para mandar um recado aos torcedores do Palmeiras, principalmente a Mancha Verde, principal organizada do clube.
“Claro que é bonito ver um estádio cheio, como foi hoje. Vemos o ‘todos somos um’. Quando as coisas estão bem, não preciso ver o ‘todos somos um’. A onda leva. Não é aí que eu preciso da nossa torcida ou da Mancha Verde. Preciso deles nos momentos difíceis, como quando perdemos para o Corinthians. Ali contamos com os que estão dentro do CT, que nunca abandonam. Quando vejo esse espírito (de hoje), acho normal, e meus jogadores também. Se o Palmeiras quer ser diferente, se a Mancha Verde quer ser diferente, se os nossos torcedores querem ser diferentes, é nos momentos difíceis que precisamos deles. É aí que precisamos deles. É igual a nossa vida. Quando tá tudo bem em casa, não precisamos de uma mão, só precisamos continuar. Precisamos de alguém que nos ajude, que dê palavras de incentivo, nos momentos duros. Não ao contrário. Quando estamos mal, sabemos que temos que continuar a trabalhar”, cobrou.
“Como foi o caso do Bruno Rodrigues. Seria fácil para mim dizer, Barros, empresta esse jogador, se calhar nem vai jogar, manda para qualquer lado. Não foi isso que fizemos. Nós cuidamos e abraçamos. É isso que eu espero dos torcedores em todos os momentos, sobretudo nos difíceis. Quando a Mancha Verde está do nosso lado, somos fodas mesmo. Sinto arrepios, como foi hoje. Eles sabiam que precisávamos ganhar, mesmo com todas as ausências e com a força da torcida. Ninguém sentiu falta das ausências. Vimos o Palmeiras, o ‘todos somos um’. É isso que eu espero da nossa torcida. Mas aplaudir agora, dizer que somos os melhores, é fácil. Eu digo aos meus jogadores: atenção aos elogios, são impostores. Lembram do que disseram de nós quando perdemos para o Corinthians? É o que eu digo para eles”, finalizou.
Com a vitória sobre o Juventudeo Palmeiras chegou aos 53 pontos e abriu três de vantagem para o vice-líder Flamengo. Faltam 12 jogos para o fim do Brasileirão.